quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mooji: reconheça sua natureza


“Este ‘eu’ pessoal, o “me”, é como um dedo quebrado: em qualquer lugar que for, ele causará problemas; tudo que ele toca, dói. Este quem está identificado com este ‘eu’ pensa que qualquer coisa que aconteça em sua vida é causado pelo meio que o cerca, incluindo as pessoas ao redor. Ele dirá: ‘Os outros me causaram dor’, ‘minha circunstância de vida são responsáveis’. É interminável. Outros poucos vêem isso como uma oportunidade, ou se interessam por encontrar a fonte de todos os problemas, de todo o seu sofrimento.

‘Eu’ é a causa dos seus problemas. Justamente por você ter feito um ninho dentro do sentimento pessoal do ‘eu’ que você está apegado é por que você está sofrendo. Não conserte sua vida. Encontre este ‘eu’ e veja o que acontece.

(...)

Por que você diz ‘eu quero ser livre?’ Eu compreendo esta contenda e este sentimento que profundamente o tocou. Então, vamos averiguar e ver se nós podemos determinar qual é realmente o problema. O que nós iremos remover é a convicção de que tudo não está bem. E quando nós vamos verificar para descobrir o por quê, nós iremos compreender que você está identificado com a morte. Você está se identificando com algo que não dura, que não tem longevidade. Você se apaixonou pelo tempo. Você se apaixonou pelos objetos, pelas ideias que estão em transição. É assim que todo o problema começa. E como a confusão entra no Ser.”

(...)

“Quem está por detrás de toda manifestação? Olhe, e você descobrirá que tudo acontece por si mesmo! Quando você vê isso, então sua consciência se torna desocupada. Até então, o seu Ser está ocupado com um sentimento de ‘Fazedor’ (realizador), ‘eu preciso fazer alguma coisa, eu preciso entender’.

Esforço é requisitado para tornar-se, mas que esforço é requisitado a ser? Então, deixe tudo como deve ser deixado; testemunhe a Existência espontânea. Isto não é caótico. Seja o que acontecer, aconteça, e isso faz muito bem. O suposto patrão – a mente – está causando um monte de problemas. E não, nós não somente demitimos o patrão, como também desistimos da firma!

Veja se o Universo não pára.

Muitos de vocês não estão aproveitando o creme da vida, porque vocês têm comprado a versão da mente de como as coisas deveriam ser. A idéia cortou seu vínculo com a Fonte do seu Eu Real, e não mais flui. O resultado é desarmonia e sofrimento. Você é o Eu Real, o Absoluto, expressando-se espontaneamente, mas você não sabe disso. Você não precisa nem acreditar nisso! Você pensa: ‘O que irá acontecer se eu desistir do controle? Meu mundo desabará a meus pés!’

(...)

Quem você realmente é não é previsível. A mente é previsível na tentativa de controlar o que é espontâneo. Ao ter medo do novo, a mente simultaneamente surge do Desconhecido, provendo espaço para mente agir como o desconhecido e o conhecido aparente. Este jogo não é da sua conta.

Não se preocupe com nada. Seja como uma criança no colo de Deus. Nem policie seus pensamentos, nem faça parte do departamento de imigração dos sentimentos-vistos que são requeridos. Você pode relaxar. Sim. Relaxe.”

(...)

“Permaneça como o Eu Real! (...) Está sendo cansativo porque você está tentando firmemente com sua mente. (...) Primeiro, a maior das pessoas pensam que observar a mente significa sempre prestar atenção a diversas atividades aparecendo na mente. Isto é um modo que pode ser interpretado. Mas o conselho é permanecer desapegado em estado de testemunha sem se tornar envolvido com os movimentos da mente.

Não simplesmente olhe estas atividades; ao invés disso, observe a reação interna a estas atividades. Isto é mais íntimo que simplesmente olhar o jogo da mente. Estas reações mostram o envolvimento pessoal que tem sido cultivado; aonde houver identificação e ‘ruído’. Quando eu digo ‘ruído’, quero dizer a turbulência interna – resistência e excitação – que perturba a paz. Tão logo estas tendências sejam reconhecidas, o próximo passo é perguntar, quem, o que, onde está este quem está identificado? Pode uma face ser colocada nisso? Existe uma entidade real e tangível residindo como ‘eu’? Descubra! Para responder a estas questões, a atenção precisa ser introvertida – fixa na fonte de toda a atividade incessante.”

(...)

“O estado natural da mente é ficar em silêncio, vazio, aberto. Não existe nenhuma intenção! Se você pensa que precisa praticar silêncio, encontrar silêncio, manter silêncio, então você tem mal entendido. Tudo isto, o Universo inteiro, está acontecendo em Silêncio!

Não é nada sobre sair correndo para achar algum silêncio. É reconhecer o Silêncio que não pode ser perturbado aonde você se encontrar, independente da circunstância, da altura do ruído.

(...)

Toda esta conversa é somente para revelar o seu próprio Silêncio. E não leva tempo! Quando você estiver na frente de um espelho, ele não diz: ‘Olhe, estou ocupado neste exato instante, por favor, retorne em meia hora’. Tão poderoso é o espelho da inquirição que imediatamente você é visto! E então você saberá o Indescritível, o Sem Forma diretamente. Talvez você não consiga se expressar sobre, mas seu sofrimento termina. Seus medos acabam. Você conquistou a morte deles mesmos!

Muitos de vocês estão tão próximos da descoberta, mas criam desculpas e fogem, com medo de queimarem o último apego do ‘eu’. A oportunidade é encará-la, senti-la e ver que você é o Intocável.”

(...)

“Condicionamentos ocorre na área onde o condicionamento pode ocorrer. Mas há um lugar onde o condicionamento não pode ocorrer: de cuja presença do condicionamento, o efeito do condicionamento, e o jogo do condicionamento é observado. Você é Aquele que Vê. Você é aquele que Testemunha passivamente. Você não é a parte ativa. O que você realmente é não está interessado em condicionamentos. De fato, finalmente, você sequer sabe qualquer coisa sobre condicionamento!”

(...)

“Sentir travado, parado, estagnado é simplesmente um pensamento em que se acredita nele.

Remova a crença e a estagnação desaparece.

Se um espaço for mantido na escuridão por milhares de anos,

Quando a janela se abrir –

Levará milhares de anos para a escuridão desaparecer?

Da mesma forma, em um instante, a Luz da Verdade expele a escuridão da ignorância.”

(...)

“Talvez você experimente um vislumbre, um tremor, mas isso não irá estabilizar, porque você mantém conceitos de quem você pensa que é e acredita ser na sua mente.

Meu sentimento é, retorne ao seu país livre. Seja o que você trouxer aqui com você, deixe. O fogo sagrado de Arunachala é um bom lugar para queimar tudo. Volte para casa vazio. Este será o melhor presente para sua nação, sua família, seus amigos. Leve seu passaporte, mas você, se mantém vazio.”

(...)

“Você está imaginando que tem estudado e

o que está dentro de sua cabeça é o que você sabe.

Mas é somente o que você pensa.

Apenas o que é confirmado dentro do seu Coração

É o real Conhecimento,

E o mais alto conhecimento e experiência é:

‘Eu Sou nada’.”

(...)

“Caminhe pela luz do seu Coração.

O fluxo de cada rio é único.

Eu estou além do rio e do fluxo.

Eu sou a Consciência Livre (Sem Fronteiras).”





(Agradeço ao meu amigo Márcio Alexandre por ter me enviado este precioso texto já traduzido)

Nota do Márcio: Traduzido do livro Breath of The Absolute, The Manifest And Unmanifest Are One. (perdão pelas incorreções)

Um comentário:

Ander disse...

Otimo texto, como sempre.
Obrigado

Refletindo...