quinta-feira, 9 de julho de 2009

A experiência mística, segundo Rudolf Otto


Transcrevo abaixo uma resenha do livro de Rudolf Otto, "O Sagrado", publicada na Revista Theos.


Para mim, o interesse nessa obra de Otto reside na localização do impulso religioso profundo (místico) naquilo que está além da esfera da linguagem: a experiência mística é, por excelência, inexplicável e não-domesticável.

Entretanto, condizente com sua formação cristã, Otto não supera o dualismo entre o "Mistério" e o "sujeito" que o experimenta - isso ficará claro na leitura do texto.

Penso que a experiência mística permanece ameaçadora na obra de Otto (e de resto na interpretação cristã) uma vez que, do ponto de vista da linguagem, isto é, do Ego, essa ameaça é real e não-superável: O Ego a interpreta como uma experiência de morte.


É de se supor, por outro lado, que a visão do Mistério como algo externo àquele que o experimenta abriu as portas para a primazia do materialismo e do pensamento científico, cujos resultados (a cisão natureza/cultura, sujeito/objeto), todos podemos sentir e observar, sobretudo sob a forma de degradação ambiental.

Do ponto de vista teórico, esse desdobramento materialista-individualista é ilustrado na interpretação radicalmente sociologizante da religião proposta por Durkheim - o que redundou numa inevitável tautologia.

Segue a resenha:


O Sagrado: um estudo do elemento não-racional na idéia do divino e a sua relação com o racional.


Por: Evandro César Cantaria da Silva e

Clademilson Fernandes Paulino da Silva




Breve biografia de Rudolf Otto


Rudolf Otto passou a ser conhecido pela obra Das Heilige, livro escrito em 1917 e que figura entre os clássicos da Filosofia da Religião. Nasceu em Peine, na Alemanha, em 1869 e faleceu em 1937. Era de família protestante, tornando-se pastor, teólogo e filósofo. Foi professor da Universidade de Göttingen de 1897 a 1907. De 1901 a 1907 foi colega de Edmund Husserl, neste período Husserl lança o novo método de investigação filosófica, denominado posteriormente de fenomenologia.


Introdução


A intenção de Otto em seu estudo, como diz o subtítulo do mesmo, é observar as características do elemento não-racional em contraste com as do racional, dentro do universo religioso. Prócoro Velásquez Filho (tradutor do livro), dirá ainda em seu prefácio, da intenção de Otto em comparar o caráter numinoso do cristianismo com a de outras religiões (p.05). Otto quer observar a oposição do racionalismo frente ao puro sentimento e a existência e resistência do não-racional diante do racional: “o sentimento é tudo, o nome é nada” (p.07). Mesmo sabendo que a ortodoxia
racionalista eliminou o caráter não-racional, e tentou construir um sistema compreensivo de religião que se mede pelos ditames da razão, que acarretou na negação do milagre, a sobreposição do racional ao aspecto não-racional. Contudo, é este aspecto não compreensivo da religião que interessa para Otto, é esse caráter de mistério, de terror, de tremendo, esse algo a mais, que interessará a ele, e o levará a fazer uma importante pesquisa sobre aquilo que ele denominou o caráter numinoso. O texto que se segue não tem a pretensão de um resumo, muito menos de um ensaio descrito sobre o livro, o texto atém-se a traçar um diálogo sobre as teses centrais do livro “O Sagrado”, e elaborar uma análise da importância deste para o estudo e compreensão da religião.

1. O numinoso (1)


Convencionou-se entender a categoria de sagrado como algo estrita e estreitamente ligado ao ético, ao moral e à bondade (p.11). Portanto, ser sagrado é o mesmo que ser santo, ou melhor, ser revestido de uma pureza moral e ética inigualável e inacessível, o que confere ao ser que é santo/sagrado uma bondade extraordinária. O sagrado, possui dentro de si elementos morais e éticos, mas não pode ser puro e simplesmente reduzido a estes, o que Otto se propõe a estudar é
uma outra dimensão do sagrado, onde o mesmo não pode ser tão facilmente medido e compreendido, elucidado em conceitos ou mais ainda entendido e definido, pois existe apenas no universo do inefável (p.11). Otto, como já vimos na introdução, pretende trabalhar em seu livro, o sagrado em direção ao aspecto não-racional, sem deixar de lado, claramente, os aspectos do racional, já que sua intenção é fazer, uma interação entre o não-racional e o racional. Para identificar o sagrado no seu aspecto não-racional ele cunha a palavra numinoso2, que também não deixa de possuir aspectos racionais, o numinoso racional na religião, é algo que trataremos
mais adiante.


O numinoso não pode ser entendido, porque não pode ser explicado3, isso parece ser óbvio, e o é, já que seu caráter é de algo inefável – se não se pode dizer, não se pode entender. Porém a simplicidade, como Otto trabalha a questão, transforma-a em algo de reduzida compreensão, já que para ele, somente os que viveram uma experiência religiosa é que podem entender, mas não expressar, o que sentiram e viveram em relação ao sagrado, ao numinoso (pp.12e66). O diálogo entre o religioso e o não-religioso se torna, dessa perspectiva, estritamente difícil, já que o homem natural não compreende nada do sagrado, nada do numinoso e nada da religião: “é impossível conversar sobre religião com tal homem” (p.13). Um caminho para o diálogo poderia ser a experiência estética (4), entretanto, a mesma é apenas algo muito próximo, mas não é o sentimento religioso (5). Esse ou esses sentimentos, na experiência religiosa (cristianismo), sempre são experimentados em maior intensidade que nos outros domínios da vida. A gratidão, a confiança, o amor, a segurança, a submissão, a resignação e a dependência, são na religião, ou melhor, na experiência religiosa, sempre mais intensos (p.13). Schleiermacher, destacando o sentimento da dependência6, enfatiza que o mesmo é diferente de qualquer outro sentimento de dependência encontrado fora da religião (pp.13e14). O por que disso? Não dá para explicar? “Isto acontece exatamente porque se trata de um dado cuja origem e fundamento encontram-se na alma” (p.14). Parafraseando Chicó (personagem do Auto da Compadecida) podemos dizer: “não sei, só sei que foi assim”. Para Otto esse sentimento se explica no “sentimento de ser criatura” (p.14).

Sentimento de que algo está fora de mim e longe do meu alcance, algo que se encontra na divindade para Schleiermacher (p.15), mas que ao mesmo tempo está em mim (fator psíquico – universal?). Relaciona-se ao medo, já que o que está fora de mim é maior do que eu, mas também relaciona-se ao “amor”, já que me sinto atraído para esse que está fora de mim. Certamente o racional e o científico não podem explicar isso (p.15).

2. O tremendum

O mysterium tremendum ou o “mistério que faz tremer” (p.17), expressa-se primeiramente na forma brutal do sinistro, do terrível, o que para Otto é o aspecto mais primitivo ou não evoluído do tremendo. É o medo em seu estágio inferior, é o terror, o panicon, o medo dos demônios, o calafrio que manifesta nosso terror frente ao sinistro da vida. Esse sentimento não é o mesmo sentimento do medo comum do homem (p.19), é o medo do sinistro que só o homus religiosus pode ter e experimentar. Ele emudece a alma e pode “conduzir às estranhas excitações, à alucinações, à transportes e à êxtase. Existem formas selvagens e demoníacas, que podem assumir fórmulas de horror irracional” (p.18), trazendo à memória o constante embate de Lutero com Satanás (p.102).
Na Bíblia esse “grau inferior” é ultrapassado nos profetas e nos salmos. “O daimon não é um Deus, nem um anti-Deus, mas sim um pré-Deus” (p.76), um Deus ainda não desenvolvido. Pois, no desenvolvimento da religião e do aspecto do tremendum, o temor sinistro toma uma outra característica, a característica do temor ao numinoso, que não é o mesmo temor ao demônio. Já que esse medo pode se dar sem que o sinistro esteja presente: “o temor, a angústia, o medo podem encher nossa alma e ultrapassar toda nossa medida sem que se encontre o menor traço do sentimento de sinistro” (p.20). É um sentimento em que o numinoso é tudo e nós somos nada, o mesmo sentimento de ser criatura que já foi citado. Esse medo, terror, temor encontra-se num estágio mais elevado da religião, mais evoluído, onde começa a se confundir com o mirum e com o majestas.

3. O mirum

“O mistério torna-se facilmente terrível” (p.29), pois tudo aquilo que nos é misterioso, que não conhecemos, que está em secreto, é incompreensível ou inexplicável nos causa um profundo terror. No entanto esse terror, ou temor, não é o temor ao demoníaco, ele é diferente e pode acontecer independentemente do outro. Ele não está preso e nem vinculado ao horror, ele nos aterroriza porque está ligado ao que é diferente e não ao sinistro, está ligado ao totalmente outro, ao mirum (7) que nos deixa estupefatos e nos “paralisa” (pp.30,67), nos estatifica.
“Um Deus compreendido não é um Deus” (citando Tersteengen, p.29), por isso nosso faz tremer e ao mesmo tempo o buscar, pois é incompreensível e diferente: “O divino, sob a forma do demoníaco, é para a alma objeto de temor e de horror, ao mesmo tempo que atrai e seduz” (p.35). Agostinho diria: “Que luz é esta que me clareia e que me fere o meu coração sem ofender? Que me faz tremer e abrasar! Tremo, porque sou diferente dela, abraso-me enquanto com ela me pareço” (p.31).

É um negócio que “ao mesmo tempo, alguma coisa exerce uma atração particular, que cativa, fascina e forma com o elemento repulsivo do tremendum, uma estranha harmonia de contrastes”. “Um poeta escreveu: Diante de ti eu tremo, para ti eu sou atraído” (p.45). Em um estágio mais evoluído esse sentimento se exprime, no culto que se expressa a uma divindade, ao reconhecimento da necessidade de prestar homenagens e honras a este Ser que nos ultrapassa. Como exemplo temos o agradecimento ao cristianismo, pelo perdão dos pecados, pela graça, como expressão contrastante do desejo e da repulsa, da perdição à salvação: “Se apenas uma gota do que eu experimento caísse no inferno, o inferno se transformaria em paraíso” (p.41). Como vemos “É o fascinante (aspecto do mirum), que na solenidade, pode encher a alma e dar-lhes uma paz indescritível” (p.39).

4. O majestas

É entendido que o deinos é o numinoso numa forma mais primitiva (p.43). No entanto, esse temor causado pelo deinos, não é o mesmo causado pelo majestas, pois o terror com relação ao demoníaco é tão somente sinistro, mas em relação ao numinoso (divino) o temor é mais profundo e mais complexo. Não se trata apenas de medo, já que ele é majestas, é também reverência e reconhecimento de uma entidade infinitamente superior.
No Antigo Testamento, o zelo e a cólera de Jahveh poderiam e geralmente causavam muita destruição. Sua figura inspirava terror: Ai de mim! (Isaías 06:05) “Deus é ira, é cólera, é zelo, é fogo consumidor...Horrível coisa é cair nas mãos de um Deus vivo...Porque o nosso Deus é um fogo consumidor” (Hebreus 10:31e12:29 - p.86); “Deus os abandonou às paixões infames” [...] “e os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém” (Romanos 01:24,26 - p.86). Jó também experimenta deste sentimento de ser nada e o outro tudo (p.81). É
ele quem controla todas as coisas (monismo), é inacessível, é cheio de poder e força, é o Senhor que determina tudo, Ele é tudo e eu não sou nada (pp.23-24): “O homem diminui e se dissolve em seu nada, em sua pequenez. Quando mais a grandeza de Deus se revela, clara e pura, a seus olhos, melhor ele reconhece a sua pequenez” (p.24); Tu és. Meu espírito inclina-se e tudo que há de mais íntimo em mim presta testemunho ao que tu és. Mas quem sou eu? O que são as coisas? Sou realmente, e todas as coisas são realmente? O que é o eu? O que é o tudo? Nós somos algo somente porque tu és e porque tu queres que sejamos” (pp.25-26, citando Terteengen). Ou ainda, segundo Lutero: “Ele vos engole e encontra um tal prazer que seu apetite e a sua cólera o levam a devorar os maus. Uma vez que ele começou, não pode mais parar [...] Sim, ele é mais terrificante e mais horrível do que o diabo, pois ele nos trata com violência, nos atormenta e tortura sem piedade” (p.99).

5. O orgé: início da racionalização

O tremendum e o majestas implicam em um terceiro elemento, o orgé; que é a energia que empurra o ser humano à vida religiosa, ao zelo, à santidade, ao amor pelo sagrado (p.26). Pode-se entender isso como o início da racionalização do divino, a transformação do sagrado/numinoso no sagrado/santidade – moral, ético e dogmatizado. Para Otto, esse é o processo normal da evolução do numinoso dentro da religião: o desenvolvimento da consciência e obrigação moral diante daquele que é digno de receber tal reverência e amor (p.56). Na Bíblia, isso começa com Moisés8, passa pelos profetas e chega até os Evangelhos (p.77), onde a ênfase é o Reino de Deus que é o numinoso racionalizado, que possui participantes que são chamados de santos, uma característica do numinoso (p.83), e tem um mestre que não é menos numinoso que o Reino de sua pregação (p.84), o numinoso fica carregado por “elementos racionais, teológicos, pessoais e morais” (p.121). No Novo Testamento, Deus é Senhor dos céus – numinoso/não-racional, mas também é Pai – numinoso/racional (pp.84-85). Essa questão moral e de expiação, é um outro aspecto do numinoso de difícil compreensão para o homem natural. Esse não entende o que é pecado, consegue apenas compreender o que é um erro moral, mas não consegue saber o que é e qual é o grau de problema que existe num pecado (p.57-58). Ele está ainda na experiência estética e só assim consegue entender, não faz parte do universo religioso, e, portanto, não evoluiu como o cristão, como sujeito religioso. Já no Cristianismo, o numinoso chega a um tal ponto de racionalização e evolução (diálogo entre o racional e o não-racional), que para Otto, ela se estabelece como religião superior a todas as outras. “O mistério da necessidade da expiação não encontra, em nenhuma religião, expressão tão completa como no cristianismo” (p.59).

6. O não-racional do numinoso

“O elemento numinoso, não-racional, esquematizado por noções racionais, dão-nos a categoria complexa do sagrado, no sentido pleno da palavra, na totalidade de seu conteúdo” (pp.50-51). O não-racional na religião não diminui a credibilidade da religião, e nem o racional destrói o não-racional para criar assim credibilidade. E, nesse processo evolutivo, não há apropriação de um pelo outro, há sim substituição de um pelo outro ou adequação de um ao outro – num equilíbrio (p.51), ligados, mas não associados. Pois, a religião nunca deixará de ser nãoracional e racional (9): “a linguagem está tão plena e a vida tão rica de coisas que estão tão longe da razão como dos sentidos! Elas pertencem ao domínio do místico. A religião faz parte desse domínio, terra incógnita para a razão” (pp.63-64). Tudo aquilo que não pode ser explicado é divinizado (p.140), um conhecimento nãoracional, que também segundo Schleiermacher, deveria ser considerado como forma de conhecimento (p.142). O que seria bastante difícil no não-racional pré-religioso (p.178): fábulas e mitos (pp.126-127); elementos da natureza (montanha, sol, lua, rio, etc) como seres vivos – não como deuses ainda (p.126); o demonismo – terror, morte, sobrenatural, sinistro, espíritos de almas penadas (pp.127-130); o puro e impuro (fora do aspecto moral que se configurou posteriormente - p.127); a antropofagia e a medicina como magia (p.126); e tantas outras coisas que poderíamos alistar, que são primitivas, mas que também fazem parte da religiosidade moderna, talvez ainda em forma primitiva, talvez em forma mais evoluída: a graça (p.103); o culto e a ceia (magia) (pp.95e98); a predestinação no Cristianismo10 (Paulo) e no Islã11 (pp.87-91). O não-racional é um “sentimento supra-empírico das coisas que penetram no empírico” (p.142). Por essa razão, são de difícil explicação e compreensão: “Os elementos racionais como os não-racionais da categoria do sagrado são elementos a priori. A religião não está nem sob a dependência do telos nem do ethos e não vive de postulados. O que nela há de não racional possui, por sua vez, origem independente e mergulha diretamente as suas raízes nas profundezas ocultas do espírito” (p.115).

Conclusão: o a priori

O sagrado de forma simples é formado pela tensa e contínua relação dos elementos, racional e não-racional. O racional como já observamos constitui a domesticação do numinoso pelo divino e religioso, o sagrado (numinoso) substituído pelo sagrado (moral e ético). O não-racional é a expressão da experiência do religioso com o numinoso, como algo integrante da vida. Para Otto, essa substituição de um pelo outro, constitui uma evolução do numinoso na religião: “todo o nosso conhecimento (razão) inicia com uma experiência (não-razão)” (Kant - p.112).
Lutero entende que esse conhecimento, fruto da experiência, é um “a priori místico no espírito do homem”. Todos os seres humanos possuem uma faculdade pneumática (spiritus sanctus) que os conduzem ao numinoso (p.104), isto pode ser visto por exemplo, em Lutero, quanto ao seu conceito de Graça que se estabelece em Jesus. Esse sentimento, segundo Otto, não é universal no sentido de que todos os que possuem, busquem o divino o necessariamente. Esse sentimento é uma predisposição ao numino (pp.114e163), que se dá no homem natural a partir da estética e no religioso a partir da religião. “Desde os dias da minha infância, minha alma buscou-o, com uma sede ardente” (Suso - p.114). “De onde a conhecem que assim a querem? Onde a viram, que assim a amam? Por certo que a temos, não sei de que modo” (Agostinho - p.114). Esse sentimento não se explica, não se entende, não precisa de justificativa, apela a julgamentos a priori, isto é, da consciência religiosa, as profundezas da alma, dos recônditos do ser.
Essa predisposição ao religioso, além de ser encontrada, em maior grau, nas pessoas mais simples (menos cultas) e em pessoas mais cultas (basta lembrar ou se encontrar com as antigas experiências religiosas); também se encontra, como predisposição, nos seres que além de possuírem uma experiência com o numinoso, são também criaturas numinosas, o que não é para todos (p.144): “o demoníaco é aquilo que a inteligência e a razão não podem descobrir (Goethe)” [...] “Certas criaturas têm um caráter demoníaco, e noutras o demoníaco torna-se sensível apenas parcialmente” (p.145). Esse demoníaco, “energia e superioridade absoluta”, aparecem em alguns homens de forma extraordinária, o que faz deles homens santos, o que na verdade não são, são apenas numinosos (p.146): “o santo não ensina a sua santidade, a torna [sic] visível” (p.150), como Jesus por exemplo (p.148): “e eles se maravilhavam, e seguiam-no atemorizado” - Mateus 10:32 (p.151).

Notas

1 Por numinoso, Otto entende a característica essencial e exclusiva da religião “e sem ele, a religião perderia as suas características”. (p.12).

2 “Se lumen pode servir para formar luminoso, numen pode formar o numinoso” (p.12).

3 “Todo som, todo canto, toda palavra são sem nenhum efeito” (p.66).

4 “Para nós, ocidentais, a arte numinosa é a gótica” (p.71).

5 Isto pode ser visto nas páginas 13,52,70 e71. Otto utiliza-se da música como o grande exemplo.
6 “Ter um Deus não significa nada mais que confiar nele de todo o coração”, citando Lutero, p.98.

7 Em Ezequiel o mirum leva o sentimento religioso ao mistério (p.79), acreditamos que isto também esteja presente em Daniel.

8 No AT o fator não-racional do numinoso está em Jahveh e o fator racional está no Elohim. (p.77).

9 No entanto na racionalização o numinoso recebeu um conteúdo novo que, segundo Otto, fez a religião evoluir (pp.123ss). O numinoso “tornou-se Deus” e foi sistematizado (pp.122e139).

10 “A idéia de predestinação torna-se, numa religião racional como o cristianismo, perniciosa e intolerável, pormais que se tente fazê-la inofensiva através de atenuações múltiplas”.

11 “Assim também se explica o que se acostumou chamar de caráter fanático desta religião. O sentimento do numen, é a essência do fanatismo”.


Fonte: http://www.revistatheos.com.br/Artigos%20Anteriores/Resenha_01_01.pdf

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